5 de agosto de 2009

Estimativa de prazos sem adivinhação!

Um artigo muito legal de um amigo que trabalhou comigo no projeto da VisaNet o grande Roberto Marinho dos Santos, Muito legal, fala sobre o tempo e estimativa, utilizei durante muito tempo FPA ou APF na TCS e era realmente bom, hoje utilizo o Planning Poker visto muito por que utiliza SCRUM, mas fica para uma outra hora, segue abaixo o texto escrito por ele:

Roberto Marinho dos Santos, PMP - rob.marinho@terra.com.br

Todos nós já ouvimos que o mercado é competitivo e sabemos que uma das consequências disso é a pressão por resultados, que são buscados geralmente na forma de projetos, e por sua vez são fundamentados em um tripé composto por escopo, custo e tempo, esse último, o tempo é o item que vamos abordar, procurando trazer luz a uma questão bem específica, principalmente no contexto de projetos de desenvolvimento de software, que é a de mensuração de prazos.
Formular prazos é algo que temos que lidar quase que diariamente, seja para uma atividade nova dentro de um projeto em que estamos participando, seja uma manutenção, ou diversos outros cenários em que nos vemos tendo que estimar prazos, e isso é algo que muitas vezes nos deixa desconfortáveis e apreensivos, pois nem sempre estamos seguros de estarmos informando o prazo suficiente ou exagerando na estimativa. Daí uma série de questionamentos se torna necessária: Como formulamos os prazos que fornecemos ? Quais são as ferramentas e técnicas que usamos para mensurar o prazo de uma atividade ? Simplesmente temos usado a famosa adivinhação, que consiste em "vou chutar e multiplicar por dois" ?.
A boa notícia é que existem formas de obter prazos mais precisos, com ferramentas e técnicas que podem ser usadas para obtenção dessas estimativas, e algumas delas são:

Opinião especializada, consiste em uma estimativa que pode se basear em informações históricas de outros projetos ou em opinião de especialistas, como por exemplo, consultar pessoas que possuem grande conhecimento específico em frameworks ou aplicativos que serão usados na atividade.

Estimativa análoga, significa usar a duração real de uma atividade anterior semelhante, como base para a estimativa da duração de uma futura atividade do cronograma, usada para estimar a duração quando existe uma quantidade limitada de informações detalhadas sobre a atividade. Pode também usar informações de projetos anteriores. A estimativa análoga da duração é mais confiável quando as atividades anteriores são verdadeiramente, e não apenas aparentemente semelhantes, e os membros da equipe que preparam as estimativas possuem a especialização necessária.

Estimativa paramétrica, uma estimativa de duração da atividade pode ser construída usando uma média das três durações estimadas. Muitas vezes essa média irá fornecer uma estimativa de duração da atividade mais exata do que a estimativa mais provável de um único ponto. Os três durações são:

Mais provável. A duração da atividade quando fornecidos os recursos com mais probabilidade de serem atribuídos, sua produtividade, as expectativas realistas de disponibilidade para a atividade do cronograma, as dependências de outros participantes e as interrupções.
Otimista. A duração da atividade se baseia em um cenário para o melhor caso
do que está descrito na estimativa mais provável.
Pessimista. A duração da atividade se baseia em um cenário para o pior caso do
que está descrito na estimativa mais provável.

Pontos de função, não poderia deixar de citar essa que é uma medida funcional de tamanho de software, introduzida em 1979 pela IBM, é realizada com base em cinco tipos de componentes de software: arquivos internos, arquivos externos, entradas, saídas e consultas. Embora tenha muitos críticos, por esses entenderem que essa técnica está ultrapassada, ainda encontra espaço no mercado e existem exemplos de seu uso demonstrando que essa ainda pode ser usada como apoio à estimativa de prazo.

Outro ponto a destacar é quanto a necessidade de abolir reservas não identificadas (tempo extra no prazo), que são usadas como garantia, e para isso é necessário uma mudança comportamental que deve começar e ser estimulada pelos gestores da equipe, que devem encorajar aqueles que vão fazer as estimativas a não incluir essas reservas nos prazos. Possíveis riscos e situações que possam gerar atraso identificados durante essas estimativas, devem ser registrados e reportados para que sirvam de apoio à previsão de reservas identificadas, criteriosas e de conhecimento de todos.
Concluindo, a expectativa aqui é estimular uma reflexão sobre as possibilidades na estimativas dos prazos e despertar o interesse sobre as técnicas para um possível aprofundamento, e porque não o seu efetivo uso, mesmo que de forma gradual mas consistente. Tenho certeza que os resultados valerão o esforço.


Referências Bibliográficas

International Function Point Users’ Group (IFPUG) - www.ifpug.org

Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®) Terceira edição
2004 Project Management Institute.

Nenhum comentário: